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Detectadas substâncias perigosas para a saúde em carne picada vendida a granel



Um estudo da DECO revela que a maioria da carne vendida a granel nos talhos pode causar problemas de saúde. Nos 34 talhos da Grande Lisboa e Grande Porto visitados pela Associação de Defesa do Consumidor foram detetadas bactérias e produtos químicos em cerca de 60 por cento das amostras. A Direção-Geral da Saúde promete estar atenta às consequências deste trabalho, embora remeta para as autoridades competentes o acompanhamento da situação. Já a Autoridade de Segurança Alimentar garante que os preparados de carne são alvo de uma fiscalização adequada.
“Trinta e cinco por cento das amostras continha listeria monocytogenes, 25 por cento continha salmonela, que, de acordo com a própria lei, não pode aparecer nestes produtos. Mas, os principais problemas e mais preocupantes da nossa pesquisa foi a deteção de sulfitos em cerca de 60 por cento das amostras”, revelou Nuno Dias à Antena 1.

Segundo o responsável pelo estudo da DECO, os sulfitos são “conservantes que inibem os microrganismos e que estão interditos na carne, pois restauram a sua cor primitiva, dando a aparência de produtos frescos, quando podem não ser”.

O consumo de sulfitos pode provocar “dores de cabeça, náuseas, problemas cutâneos e até mesmo crises de asma em pessoas sensíveis”.

Segundo Nuno Dias, “em alguns casos foram encontradas concentrações de sulfitos muito elevadas, próprias de quem não sabe muito bem o que está a fazer”.

“Trata-se de um problema de saúde pública e o consumidor também pode ser enganado”, acrescentou.
Higiene e conservação
A higiene e a deficiente conservação do produto foram outros dos problemas detetados pela DECO. A lei obriga a que a carne picada seja conservada, no máximo, a dois graus centígrados porque é um produto muito perecível. No entanto, nos 34 talhos visitados, a temperatura dos expositores era, por norma, demasiado elevada. Só oito estabelecimentos respeitavam a lei.

“Em média cinco, seis graus centígrados, mas chegámos mesmo a registar valores superiores a dez graus, quando de acordo com a lei a carne mão pode ser vendida a mais de dois graus centígrados”, esclareceu Nuno Dias.

Também a qualidade nutritiva foi analisada pela Associação de Defesa do Consumidor, tendo sido detetada carne de outras espécies nas amostras analisadas.

“A carne que nos foi vendida como sendo carne de bovino continha, pelo menos, vestígios de aves, suínos e até de caprinos, o que nos faz questionar a limpeza dos equipamentos”, revelou o responsável da DECO.

Segundo a Associação, “com frequência as amostras de carne picada apresentavam elevados de gordura (chegou a superar os 20 por cento) e, por vezes, proteína de pouco valor alimentar, proveniente de tecidos conjuntivos, como o colagénio”.

A Associação de Defesa do Consumidor - que defende que seja retomada a prática da década de 90 em que a carne só podia ser picada à frente do cliente - enviou os resultados para a Autoridade de Segurança Alimentar (ASAE), à Secretaria de Estado da Alimentação e da Investigação Agroalimentar e aos grupos parlamentares.
DGS está a acompanhar a situação
A Direção-Geral da Saúde garante que está a acompanhar a situação e promete estar atenta às consequências deste estudo da DECO.

“A DGS, como autoridade pública, vai acompanhar o processo. A questão central aqui são as outras autoridades que vigiam as questões alimentares”, afirmou Pedro Graça, da Direção-Geral da Saúde, ouvido pela Antena 1.

“Creio que a ASAE e o Ministério da Agricultura serão as autoridades competentes no caso de denúncias que possam aparecer na sequência deste caso”, rematou.
Fiscalização adequada
A Autoridade de Segurança Alimentar (ASAE), que já reagiu a este estudo da Associação de Defesa do Consumidor, revela ter detetado algumas situações, mas garante que a fiscalização é a adequada.

“Os preparados de carne são sistematicamente verificados por nós nos nossos planos de análise e, sempre que encontramos estas situações, elas são motivo de levantamento de contraordenações e nalguns casos de processo-crime”, afirmou o inspetor-geral da ASAE, António Nunes, em declarações à Antena 1.
Analisar estudo em detalhe
Por sua vez, o secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Alimentar afirma que é necessário analisar o estudo da DECO com mais detalhe. Mas aconselha desde já os consumidores a pedirem a carne picada na hora.

“Gostaríamos de conhecer com mais detalhe. É necessário averiguar e analisar o número de amostras, o método, o laboratório, mas também quais os estabelecimentos que foram observados e a dimensão geográfica. São necessários estudos mais complementares para que tenhamos mais atenção relativamente à conclusão das análises”, declarou Nuno Vieira Brito à rádio pública.

Segundo o secretário de Estado da Alimentação e Investigação Alimentar, o Executivo tem “também em consideração os estudos realizados pela ASAE, que não tem apontado nesse sentido”.

“Consideramos importante uma reflexão sobre todos estes estudos para tomar medidas mais claras quanto a esta questão”, acrescentou.

Para já, o Governo não pondera a possibilidade de proibir a venda de carne picada, mas recomenda que “a carne seja picada no momento”.

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